MUNDO PRETO

REPORTAGENS

Caravela à vista - os invasores não param de chegar

Com estratégias usadas por colonizadores europeus em 1500 – violência física, moral e negação da dignidade dos povos agredidos –, DNIT e Vale S.A. se apropriam, hoje, das terras de quilombolas de Santa Rosa dos Pretos, em Itapecuru-Mirim, Maranhão

Sequestrados na Guiné-Bissau, roubados no Maranhão

Os impactos causados pela Estrada de Ferro Carajás, da Vale S.A., e pela BR 135, do governo federal, atualizam na vida dos quilombolas de Santa Rosa dos Pretos as mesmas violências que seus antepassados sofreram durante a escravidão formal: roubo de suas terras, fome e morte.

Escoando o produto do saque

Rodovias, ferrovias, portos, linhões de energia. Os megaempreendimentos de infraestrutura representam, para os quilombolas de Santa Rosa dos Pretos, uma forma permanente de expropriação de suas terras e corpos. Como há 500 anos, o apetite dos brancos continua gerando a fome dos pretos

O mundo preto tem mais vida

Em Santa Rosa dos Pretos, as estratégias de luta contra violências coloniais remontam aos antepassados. Neste ensaio, a cosmologia preta aparece encarnada na ancestralidade, coletividade e na relação com os Encantados. Graças a essa cosmologia, os pretos e pretas de Santa Rosa não sobrevivem: eles são os vivos

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VÍDEOS

No primeiro vídeo da série, ficam explícitas as estratégias de expropriação das terras e dos corpos pretos pelos colonizadores da vez. DNIT e Vale recorrem a narrativas falsas e violação de leis para se apropriarem das riquezas das pretas e pretos dos quilombos.

No segundo vídeo da série, as pretas e pretos de Santa Rosa mostram que os sofrimentos impostos aos seus antepassados sequestrados na Guiné-Bissau no século 18 ainda estão presentes em seus corpos, atualizados pelas violências desenvolvimentistas do DNIT e da mineradora Vale.

No terceiro vídeo da série, apresentamos quem são os beneficiários das estradas de ferro e asfalto construídas por Vale e DNIT para levar Maranhão afora toneladas de minério e grãos todos os dias, e as consequências disso para quem tem a vida cortada por essas rotas de escoamento.

No quarto e último vídeo da série, a cosmologia preta se insurge contra a morte branca. Baseada em forças ancestrais dos homens e mulheres arrancados de Guiné-Bissau e trazidos a Itapecuru-Mirim no século 18, a luta dos quilombolas de Santa Rosa se dá no visível e no invisível dos mundos: a existência preta desconhece a morte.