O aumento dos impactos sobre Santa Rosa dos Pretos também se explica pelos planos do governo do Maranhão, em parceria com os municípios de Santa Rita e Bacabeira – vizinhos de Itapecuru-Mirim, onde está Santa Rosa – de implantar uma fazenda de criação de camarão e uma siderúrgica.
Segundo notícia publicada pelo governo do Maranhão em julho de 2017, a empresa cearense Bomar Maricultura pretende investir R$ 220 milhões na construção de uma fazenda de camarão de cerca de 4.100 hectares ao longo do Rio Mearim, na região dos Campos da Baixada. “Uma vez construída, será a maior fazenda de camarão do país e terá capacidade de produção entre 500 e 600 toneladas de camarão por mês, quando em plena atividade”, diz a nota oficial.
Ainda de acordo com o governo, o foco da empresa é o mercado externo, com exportações previstas para a Europa e países da América para onde já vende camarão e tilápia.
“Desde 2002, 2003, a infraestrutura de transporte de matérias-primas têm sido reforçada [no país]. São hidrelétricas, ferrovias, estradas e portos. Tudo isso com grandes impactos às populações. Isso tem a ver com o projeto econômico dos países. Posso dizer que o grande local de incremento de exportação de matéria-prima é a Amazônia, que é onde está a expansão da fronteira econômica capitalista”, explica Tádzio Peters Coelho, professor visitante do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e membro do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração (CNDTM).
Durante audiência pública realizada em maio de 2018, moradores de Santa Rita manifestaram seu desacordo em relação ao empreendimento. Os munícipes afirmaram que não foram previamente ouvidos sobre a implantação do projeto, e disseram que as fazendas de camarão, se instaladas nos campos naturais, prejudicarão famílias que vivem da pesca não só em Santa Rita, mas também em Bacabeira, Itapecuru-Mirim e Anajatuba.
Já para Bacabeira está prevista a implantação de uma siderúrgica da empresa chinesa CBSteel, segundo informações do governo do Maranhão. A siderúrgica, de acordo com a lei write my essay for me How do you really know what the very best essay is? Well the answer is simple; you have to be able to detect the very best essay that’s written by some of the world’s authors.
style=”color: #0000ff;” href=”https://diario.famem.org.br/14681/”>394/2017, que ratifica os contratos assinados em 2015, 2016 e 2017 entre prefeitura, governo do estado e a empresa, deverá implantar naquele município “um complexo industrial destinado à fabricação de produtos siderúrgicos, (…) materiais para transformadores e equipamentos elétricos, cimento da escória de aço, aço de silício e energia elétrica, tudo para uso próprio da CBSTEEL e/ou para venda ao mercado.”
A lei 394/2017 informa que município e governo do Estado concederam incentivos fiscais para a CBSteel implantar sua siderúrgica.
A reportagem solicitou entrevistas com a prefeita de Bacabeira, Fernanda Gonçalo (PMN), com o marido dela, o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PCdoB), e com o prefeito de Itapecuru-Mirim, Miguel Lauand (PRB), mas não recebeu retorno de nenhum deles.
A reportagem também solicitou à SEMA, por meio do Portal da Transparência do governo do estado, com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), o projeto, os estudos de impacto ambiental e as licenças do empreendimento da Bomar Maricultura em Santa Rita, e da CBSTeel em Bacabeira.
Para conceder acesso aos documentos, a SEMA fez exigências que violam a LAI, como apresentar documentos que comprovem a “qualificação e legitimidade” da requerente para ter vistas do processo. A reportagem recorreu. A Secretaria de Estado de Transparência e Controle, por meio do secretário Rodrigo Lago, negou recurso em segunda instância e não concedeu acesso aos documentos, que são públicos.